São João Baptista, pintura de Caravaggio
Dia 24 de Junho festejava-se o solstício de Verão no Império Romano. Após a introdução do Cristianismo nas terras do Império, a festividade passou a honrar São João Baptista. No Sul de Portugal, nos tempos do Al-Andaluz, os mouros festejavam esta madrugada com banhos de ribeira até alvorada, música e rituais não raras vezes envoltos em superstição; e rezam as lendas que no período da Reconquista, várias famílias sarracenas encantaram belas jovens e mourinhos, para serem depois resgatados da sua penosa condição no dia em que o Al-Andaluz fosse recuperado pelo povo de Alá. Mas não foi. E todas as noites de São João, tais entidades vagueiam por fontes, castelos, poços, ribeiras ou pegos, à procura de alguém que as desencante... para tal, é mister trocar um simples beijo com a sedutora e jovem moura encantada, ou lutar e vencer um temível dragão ou um perigoso e forte gigante, em troca de fortuna e felicidade com a afortunada. Mas há um senão: aquele que quebra o feitiço perde de imediato os sagrados óleos do baptismo.