segunda-feira, 25 de abril de 2011

Apresentação


Quando Portugal sofre aquela que poderá ser a sua maior crise económica e financeira dos últimos 160 anos, urge tomar medidas para ultrapassar as dificuldades que se avizinham, e reerguer o nosso tecido económico com celeridade. Neste contexto, a velha nação lusitana precisará de construir um novo modelo de desenvolvimento, no qual o turismo terá um papel fundamental.


Embora Portugal seja um dos países mais visitados de todo o mundo, continuamos a cometer diversos erros que nos colocam em desvantagem na hora de competir com os restantes mercados concorrentes da Europa meridional. E uma dessas lacunas é a ausência de uma estratégia ambiciosa e bem delineada para o turismo LGBT. 


Estima-se que só nos EUA o turismo vocacionado para o público LGBT movimente anualmente mais de 55 mil milhões de dólares. Para além disso, apesar dos turistas homossexuais ou bissexuais corresponderem apenas a cerca de 10% dos viajantes, diversos estudos têm salientado os atributos destes forasteiros, entre os quais figura um poder de compra bem acima da média.


Tanto a Itália, como a Grécia, a Espanha, a França ou mesmo Israel possuem estâncias balneares especialmente viradas para o turismo gay. Provavelmente, a maioria dos leitores deste blogue já ouviu falar de Mykonos, Lesbos, Torre del Lago ou Sitges. Para além disso, nos países atrás referidos, existem diversas cidades e vilas litorais, ou mesmo ilhas, assaz populares entre o público gay -como Nice, Capri ou Ibiza. 


Quiçá, perdemos anualmente centenas de milhar de turistas para os nossos concorrentes da Europa da Sul, por não investirmos neste tipo de turismo. Acredito que temos todas as condições para criar uma estância balnear LGBT que atraia visitantes de todo o Velho Continente; e que o sotavento algarvio, graças às suas condições naturais, singulares no contexto nacional, está em condições de concorrer agressivamente com muitos dos mais afamados destinos do Mediterrâneo. Mas para já, o cenário com que nos deparamos é agreste: Portugal continua a não ser um destino de excelência para os turistas LGBT, ao contrário da Espanha ou da Grécia.


Assim, com este blogue, não se pretende apenas uma divulgação turística da metade oriental do Algarve, especialmente virada para a população homossexual, bissexual e transsexual; será feita uma especial chamada de atenção para as potencialidades da região algarvia dentro do mercado turístico LGBT, e a importância deste tipo de turismo para o nosso desenvolvimento económico.